sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Sustentabilidade: a saída, onde está a saída?

Colaborador Roberto Rocha

Acho que nosso maior desafio é compreender que nós não somos "gente" como todo mundo acredita. Somos apenas um conglomerado provisório de partes dos diversos compartimentos do planeta (atmosfera, hidrosfera, geosfera) organizados conforme cada genoma particular. Temos sim uma outra parte cósmica, pensante. Mas a nossa cultura egoísta deturpou o conceito de que pertencemos ao todo. Pensamos e agimos -  equivocadamente - como se fôssemos criaturas independentes da natureza. Esse erro nos torna, falsamente, poderosos demais; e nos incentiva a interferir nos sistemas sem maiores cuidados. Ocorre que a nossa capacidade de intromissão é outra ilusão. Nós não podemos salvar o planeta. Precisamos salvar a nossa pele, enquanto "ELE" está nos tolerando.  É possível que chegue um ponto em que Gaia não nos tolere mais, e nos elimine com alguma onda de vírus letais ou de "desastres" corretivos. Nada incomum. A química dos compartimentos já mudou diversas vezes na história dos bilhões de anos do planeta. E nós - que chegamos aqui no outro dia - arrogantemente, nos colocamos com "criaturas especiais". Pobre homem! Pobre intenção. Quando é que vai cair a ficha? Os modelos de funcionamento dos serviços dos ecossistemas são nosso norte. Não temos que inventar mais nada. Precisamos apenas observá-los e aprender com eles. Quem está interessado nisso num mundo capitalista? Num contexto materialista e que coloca o homem como centro do mundo? O homem não é centro!  É parte. Frágil, dependente, efêmero. Este pode ser um caminho. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário