sexta-feira, 23 de março de 2012

Rio +: um mundo mais verde, mais cooperativo e mais fraterno.


 Colaborador: Roberto Rocha

Estamos no meio de uma tempestade global, de revoltas ondas, ventos fortes, frio intenso, tsunamis e furacões.  Multiplicamos as simplificações ecológicas extensas e monoculturais. Insistimos em replicar nosso DNA econômico e injusto, centrado no lucro rápido e imediato, favorecendo a poucos em meio a muitos. Usamos a antiga retórica para convencimentos estudados, acreditando que a ética pode transgredir, volta e meia, dependendo da situação e do momento. Enquanto a água rareia, e os oceanos são esvaziados em seus estoques biológicos, as aves já não têm mais onde pousar. As bactérias agro-intoxicadas pelo solo, se retorcem, agonizando entre cadáveres semi-decompostos; retendo nutrientes que deveriam retornar em novos corpos vivos da superfície, para manter a necessária e insubstituível homeostase. Mas quem se importa com sistemas complexos? Simplificar, eis a questão! Exatamente num mundo que sempre funcionou com base na complexificação, muito antes de existirmos como espécie pensante. Vivemos uma situação paradoxal, convictos que estamos cientificamente corretos, até que nos provem o contrário. Provar o quê? Que nossa água está ameaçada? Que nossos rios estão secando? Que as florestas estão sendo exterminadas? Que a futilidade artística é incentivada pela raridade de inspirações espiritualizadas? Que a miséria ainda existe em boa parte do mundo, escondida nas sombras da indiferença? Entre peles magras, ossos pontudos, moscas insistentes e olhares tristes, uma parte do mundo agoniza! No mundo econômico, os dígitos também sofrem suas baixas e ameaçam a economia global com desemprego e desesperança. Antes, éramos ameaçados por guerras frias e mundiais, exterminadoras de pessoas e cidades. Mas hoje não precisamos mais de “ameaças” porque “os fatos já são reais”! Quem duvida que a biodiversidade da Terra esteja sendo reduzida drasticamente? Só as pessoas desinformadas não sabem disso!  E o mundo tenta acabar com o analfabetismo reinante, até 2015, conforme consta dos Objetivos do Milênio. Pregamos o “desenvolvimento”, mas não conseguimos, nem mesmo, a garantia de que o cérebro mais evoluído do planeta possa se manifestar em todas as suas potencialidades, universalmente!  E o que falar das garantias de manifestação biológica das criaturas ditas “incivilizadas”? Boa parte dos grandes vertebrados que ainda vive entre nós, estará extinta até 2050! Estamos descobrindo espécies novas e, ao mesmo tempo, estamos reconhecendo que elas terão um futuro sombrio. Somos o único ser terrestre que, apesar de ser constituído totalmente de elementos biológicos, deseja - cada vez mais – estar mergulhado num mundo artificial, fictício e deslumbrante, com suas cores distorcidas e inebriantes. Será esse mesmo o futuro que queremos? Queremos para quem? Vamos continuar apostando no modelo deletério do século XX?  A Agenda 21 foi apenas “uma proposta” ou um compromisso? Quanto realmente nós progredimos?  Ou será que vamos nos reunir, mais uma vez, para propor uma Agenda 22?

sexta-feira, 2 de março de 2012

Estocolmo, Rio 92, Rio + 10, Rio + 20, Rio...


Colaborador Roberto Rocha

Vamos nos reunir outra vez. Exatamente quando o mundo passa por alguns desafios e enfrentamentos. Será que estamos numa encruzilhada para definir enfim que rumo tomar? Ou ainda estamos indecisos? Os temas selecionados para a Rio+20 não estão ali por acaso. Eles refletem e apresentam uma série de eventos que acumulamos nos últimos séculos, sob a argumentação de que seríamos mais felizes e mais realizados. Não é isso que desejamos? Ou não é?  A pergunta óbvia: desde a Revolução Industrial até hoje, nós realmente conseguimos ser mais felizes e mais realizados? Fomos acumulando uma série de vitórias através da união dos povos? Produzimos alimentos cada vez mais saudáveis e livres de drogas químicas tóxicas, desde a descoberta da agricultura e da pecuária? O que temos feito com a água? Ela tem sido uma dádiva dos céus repartida por todos os povos da Terra? Abundante, límpida, sem impurezas que afetem qualquer criatura, mesmo as mais sensíveis? Como temos nos apropriado da energia do Sol? Demos prioridade apenas àquelas "guardadas" nos depósitos fósseis? Ou temos fontes alternativas limpas e seguras?  Produzimos de forma a sustentar os serviços dos ecossistemas sem que eles sejam comprometidos para que continuem a nos oferecer - de graça - tudo que precisamos? A conservação da biodiversidade da Terra - base para que os serviços ambientais sejam saudáveis - é sempre uma prioridade em qualquer país do mundo?  Neutralizamos ou damos destino adequado, a todos os resíduos tóxicos e despejos que produzimos? Os principais postos de trabalho do paiz estão concentrados em setores onde as pessoas (a grande maioria, ressalte-se), mesmo não possuindo pós-graduação, consegue viver feliz e realizada? Homens e mulheres têm os mesmos direitos? Tratamos o solo que usamos para as nossas atividades como algo sagrado e fundamental para as futuras gerações? Ou somos "indutores de desertos"? As matas ciliares, que protegem as margens dos rios, são nossas aliadas ou nossas inimigas? Nossas cidades são planejadas de modo equilibrado, com base em inovações e soluções naturais, para que atendam a "todas" as classes socias com o mesmo nível de qualidade? Devolvemos para os oceanos e mares a água doce limpa que ele nos envia através das nuvens? Ou tratamos os oceanos com descaso e indiferença, mesmo que ele nos ofereça serviços de produção de oxigênio, lazer, transporte, alimento e tantos outros?  Nossos investimentos são no sentido de construir um mundo de harmonia, através da educação? Ou cultivamos a guerra e a insegurança como mecanismos de controle? Enfim: vamos ter mais uma chance. O mundo terá mais uma oportunidade. Outra vez vamos ouvir propostas e promessas. A questão é que o tempo está passando. A primeira reunião foi em 1972 em Estocolmo. Depois veio a série Rio: Rio 92,  Rio + 10 (2010, em Johhanesburgo) e agora, 2020, outra vez no Rio. Por que não fizemos o "trabalho de casa" mundialmente falando? Ou fizemos mal? E se não fizemos, quem nos alertou para nossa negligência global? Quem nos corrigiu? A maioria da população sabe o que seja a Rio + 20? Está preocupada com isso? Você - que está lendo este texto - sabia que os temas que estão colocados aqui, são os temas que vão se discutidos na Rio + 20? Voce acha que eles são importantes? Sua profissão ou atividade pode contribuir para que esse problemas sejam sanados? Em caso positivo, participe de alguma forma. A falta de participação tem feito com que as metas propostas estejam muito aquém do que foi pretendido alcançar. Pelo não cumprimento dos termos ou insuficiente participação de cada país, cada estado, cada município e cada cidadão, continuaremos a série Rio +  com as mesmas "choradeiras", as mesmas lamentações, as mesmas desculpas, as mesmas promessas. O que virá então? Rio + 25? Rio + 30? Rio + 50? Rio + 100? Só o tempo dirá! Quem sabe, os nossos netos e bisnetos,  possam escrever novos artigos falando do mesmo assunto, mas dessa vez, referindo-se a um momento histórico, do passado, que foi devidamente corrigido? Que eles possam contar o quanto fomos irresponsáveis e como é que conseguimos "dar a volta por cima" através da harmonia, da cooperação e do amor entre os povos e entre as pessoas. Pode ser um sonho! Mas dos sonhos podemos partir para as realizações e com as realizações coerentes, poderemos ser, finalmente, mais felizes e realizados.